FALA
ESPLANADA Jandir Santin
ESTADO
ISLÂMICO E TERRORISMO
Os noticiários
televisivos enchem de horror a cabeça e o coração de milhões de espectadores no
Brasil e em todo o mundo com notícias sobre degolamentos praticados pelo Estado
Islâmico de cidadãos de países europeus, africanos e asiáticos. É claro que
todos/as ficamos chocados/as com esse tipo de assassinato de pessoas que não
têm chances de se defender! Por outro lado, sabemos que o objetivo dessa
insistência sobre assassinatos cometidos pelo Estado Islâmico é bem evidente:
identificá-lo como terrorista, como inimigo da humanidade para poder atacá-lo
com toda sorte de armamentos e em qualquer território do mundo. Antes dele, os
ataques dos países imperialistas mundiais, como EUA, Inglaterra e França, foram
contra Saddan Hussein e o Iraque, contra Bin Laden, os Talibãs e o Afeganistão,
depois contra a Líbia e a Síria. Isso, sem contar os ataques verbais e ameaças
contra a Coréia do Norte e o Irã.
Todos esses
ataques e guerras que aniquílaram quatro países, mataram milhares de pessoas
inocentes, destruíram inúmeras e preciosas obras de arte da humanidade e os
transformaram em campos de guerra civil, território de ninguém, entregues a
grupos armados pelas potências do ocidente, lugares de insegurança, de mortes
violentas todos os dias do ano. Tudo isso não é terrorismo?! É a forma de impor
a democracia norteamericana e ‘sua paz’ armada até os dentes! E daí, quem é
mais terrorista: o império ou o estado islâmico?
A GUERRA DA
MÍDIA
Além de possuir
todos os meios para travar guerras em diversos países ao mesmo tempo, os EUA e
seus aliados europeus, judeus e árabes, os países poderosos têm o domínio da
mídia mundial: é a guerra das notícias: são eles que informam o mundo a
respeito do que acontece em todo o planeta. E informam do seu jeito. Os
talibãs, o estado islâmico não tem rádios, jornais e tevês poderosos para
contar ao mundo como é sua realidade, como é ser atacado continuamente por poderosos
armamentos de alta tecnologia, ver os drones norteamericanos destruírem
estradas, pontes, refinarias, escolas, acampamentos, quartéis, etc. etc. Por
isso, além de perderem a guerra que lhes foi imposta pelas potências
ocidentais, perdem também a guerra das idéias, das notícias, da interpretação
da realidade. E o pior é que a maioria da população mundial acredita que a
realidade é do jeito que os noticiários a transmitem! Por que o Snowden vive
refugiado e perseguido de morte depois de ter revelado um pouco do que os EUA
fizeram no Iraque e no Afeganistão?! Imaginem se soubéssemos de tudo o que
esses países poderosos já cometeram de horrores pelo mundo afora!...
COMO
DEFENDER-SE?
Todos sabemos
que os mais fortes têm sempre as melhores condições para ganhar em todos os
campos em que acontece a concorrência, a disputa e a própria guerra. Aos
pequenos e fracos sobram algumas chances através da esperteza, da sorte ou da
guerrilha. As vitórias destes são sempre pequenas e quase insignificantes. Além
disso, quem conta ao mundo a história dessas lutas, vitórias e derrotas, são
sempre os vencedores, os que têm o domínio da comunicação. O que sobra aos mais
fracos, aos vencidos ou candidatos a vencidos é recorrer a meios mais pobres e
pintar com tintas mais fortes os possíveis perigos que os poderosos vão
enfrentar. Creio que as degolas cometidas pelo Estado Islâmico vão nesta linha:
“não podemos atacar o presidente Obama, ou o Hollande da França, ou o 1º
ministro da Inglaterra, nem seus exércitos. Quem sabe, os intimidamos com a
degola!” É evidente que se trata de crime, de atos horríveis para a humanidade!
E se nós estivéssemos na pele deles, com seus países destruídos e ocupados
pelos exércitos dos poderosos, sem chances de livrar-se deles e de informar ao
mundo o que acontece com seu território, sua cultura, sua vida, o que faríamos?
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