sábado, 7 de março de 2015

VIOLÊNCIA ASSUSTA



FALA  ESPLANADA   Jandir Santin
A VIOLÊNCIA ASSUSTA
Não é de hoje que a violência constitui  um dos temas das rodas, diálogos e da imprensa de Chapecó. Após cada assassinato ou latrocínio, faz-se uma campanha e a polícia especializada é trazida ao município para uma intervenção especial. Com isso, a população parece se acalmar e acontece uma trégua do crime organizado, Mas, logo a situação volta ‘ao normal’, ou seja, continuam os crimes que apavoram nosso povo. A divulgação dos crimes através de todo tipo de mídia ajuda a criar a sensação da presença onipresente da violência. A insegurança produz o medo, a ansiedade e a sensação de que a violência pode nos atingir a qualquer momento. Na prática, a gente sabe que não é bem assim e que a maioria das pessoas continua vivendo sua vida sem nunca ser atingido pessoalmente. Mas os moradores das regiões mais atingidas convivem com os comentários a respeito dos crimes, com a insegurança e buscam saídas. Muitas vezes, a saída está na mudança para a cidade. Com isso, o campo vai se esvaziando, a agricultura familiar minguando e as cidades inchando. E a qualidade de vida, que vinha melhorando no interior, passa a ser um pesadelo para os agricultores e um sonho da classe média urbana.

Alguns ganham com a violência!

Embora pareça difícil acreditar, temos que admitir a existência dos que ganham com a violência: estamos num sistema em que tudo é mercadoria. A violência também é mercadoria que rende para uma parte da sociedade: os que vendem armas, os que são encarregados da segurança, agentes da justiça e os interessados na  compra das terras dos que querem abandoná-las por causa da violência. Em São Paulo, por exemplo, muitos incêndios em favelas são provocados por imobiliárias que desejam ocupar os terrenos para construir edifícios e condomínios. Em Chapecó, há pessoas com posses querendo comprar terras baratas no interior. E um modo de barateá-las é suscitar um clima de insegurança entre os atuais proprietários para que eles as vendam por baixos preços. Aí está outro setor que lucra com a violência. Basta acompanhar o movimento de compra de diversas áreas por um mesmo proprietário ou empresa: tais áreas vão sendo negociadas por preços bem abaixo do mercado. Um dos truques para a desvalorização das mesmas pode ser a insegurança, fruto da violência! É um absurdo que a humanidade chegue ao ponto de recorrer a métodos tão vergonhosos para conseguir  aumentar o patrimônio pessoal!

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